Toyota GT 86 no Autódromo Internacional de Portimão

Foi na semana passada que tive a oportunidade fantástica de experimentar o novo Toyota GT 86 no Autódromo Internacional de Portimão e foi uma experiência única providenciada pela Toyota.

Após o amável convite por parte da Toyota Portugal, fui convidado a estar presente numa apresentação oficial do novo Toyota GT 86 no mercado nacional, onde para além de podermos ver pela primeira vez as suas linhas deslumbrantes ainda pudemos testa-lo numa das pistas mais deliciosas da Península Ibérica. Portanto, tudo se apresentava de feição para um ótimo dia em terras algarvias.

1º Test-Drive Toyota GT 86 Num Autódromo

Toyota GT 86 no Autódromo Internacional de Portimão

Era um dia de estreias. Desde ser o primeiro teste que eu fazia ao mais recente desportivo da Toyota com cognome Toyota GT 86, até ao facto de que era a primeira vez que eu conduzia numa pista internacional de automobilismo, portanto o sorriso era enorme. Sim, já tinha conduzido em pistas fechadas com prestações exorbitantes e máquinas fantásticas, no entanto era a primeira vez que ia passar por um autódromo com estas condições.

Felizmente tive o apoio essencial de um piloto experiente já extremamente habituado à pista em questão e tudo fizeram para me tornar a vida mais fácil. Inclusive ao ponto de me colocarem “pinos” ao longo da pista que me informavam onde reduzir, onde me dirigir e quando reduzir. Sim, porque a maior parte da pista tem curvas cegas e apertadas que apenas os mais conhecedores poderão faze-las retirando todo o poder do carro em mãos.

Apresentação das Características do Toyota GT 86

Explicação sobre Test-Drive ao Toyota GT 86

Primeiro que tudo, tivemos oportunidade de uma apresentação formal, através de um responsável de comunicação da Toyota, nada que já eu não tenha abordado num artigo anterior. Depois foi a vez do líder de pilotos explicar um pouco o que eu ia fazer e como me iria ajudar em todo o percurso. Acima de tudo a colocar-me algum juízo na cabeça para não tentar nenhuma loucura. Será que já me conheciam? 😉

Mas a agenda era simples. O piloto que me ia acompanhar ia conduzir a primeira volta para reconhecimento de pista da minha parte e explicar alguns conceitos do GT 86. Depois eu iria passar para o lugar do condutor e dar duas voltas à pista para ter uma noção do que esta aposta por parte da marca nipónica poderia providenciar.

Os 200 CV do Toyota GT 86 Serão Suficientes?

Toyota GT 86 no Autódromo Internacional de Portimão

A primeira pergunta que eu tinha em mente era se os 200CV seriam suficientes para compensar o factor preço. Convenhamos que se formos apenas pelo conceito prestações motorizadas e poder bruto, o motor boxer da parceria Toyota e Subaru deixa a desejar face a outros concorrentes do mercado com mais cavalagem. Mas eu tinha visto as outras informações sobre esta bela máquina em outras reviews internacionais e sabia que ele tinha mais para nos mostrar que apenas os números frios de uma folha descritiva.

Estamos a falar de um carro com um equilíbrio de peso extremo e dos mais baixos centros de gravidade de implementação do motor, apenas comparável com o Lexus LFA e o Ferrari 360 o que torna a sua condução fantástica.

Voltando à questão, o que interessaria confirmar seria se o prazer de condução compensaria a falta de poder musculado do motor boxer aspirado. E isso eu ia confirmar em primeira mão.
Tem-se apontado as alternativas no mercado tal como o Astra OPC com 280CV ou um VW Scirocco R com 265CV com preços praticamente idênticos mas com maior poder musculado. No entanto, eu não sou um fanático por números. Sou por prazer de condução, daí o nome do meu blog, Paixão Automóvel. Eu posso ter tanto gozo num Pagero a subir por uma escarpa impossível, assim como num Hyundai Getz a circular pela cidade nas vias mais apertadas e desconhecidas de Lisboa. O que interessa é o que nos faz sentir.

A Minha Primeira Vez

Toyota GT 86 no Autódromo Internacional de Portimão

Tinha acabado de ter a primeira volta de reconhecimento de pista com o piloto oficial que me deu dicas extremamente valiosas sobre como eu deveria proceder. Há uma série de pequenas “ratoeiras” neste circuito, tais como curvas cegas e lombas que não nos deixam ver o traçado da pista se não formos auxiliados pelos cones sinalizadores.
Após a primeira passagem pela zona das boxes para trocar de lugar com o piloto, tive a primeira aproximação à posição de condução do Toyota GT 86. Tudo estava ao meu alcance e mesmo como tinha de ser. Os joelhos bem flectidos mas sem atrapalhar a condução nem a roçar o volante, o “grip” no volante era o correcto, aliás, adorei o volante desta versão em pele pela sua dimensão, sensação de controlo e facilidade de manuseamento.

Então, após me ajeitar devidamente foi a minha vez de entrar em pista e tentar a minha sorte. Meti a primeira e comecei de imediato a tentar seguir a rota recomendada para obter o máximo de rendimento. Logo na primeira curva notei que não necessitava de tanto cuidado ou de tanta redução porque o carro agarrava muito bem o traçado. Na verdade parecia que estava ensinado de tantas voltas que já tinha feito nesse dia e era o carro que me indicava qual o caminho a seguir. As ajudas electrónicas estavam a fazer o seu trabalho certamente.

Mas aqui estava um dos pontos que eu queria comprovar. Será que as ajudas electrónicas iam prejudicar o meu prazer de condução? Talvez se eu tivesse uma semana de habituação, mas naquele momento estavam-me a ser preciosas e a disfarçar em grande medida as minhas limitações de condução. E isso era o principal, porque eu queria aproveitar ao máximo aquela pista enquanto conseguisse.

Toyota GT 86 no Autódromo Internacional de Portimão

Cabia-me então começar a dar mais velocidade à minha prestação e foi o que estava sempre o meu piloto a recomendar-me: “Força, força, dê-lhe mais gás!”. Eu não queria ser mal educado e fiz o que me pediu com todo o gozo. Acelerei por aquelas pistas largas mas enviesadas e preparei-me simplesmente para aproveitar o momento. E o Toyota GT 86 começou a deixar-me de sorriso aberto.

Primeiras coisas que notei na minha primeira volta de teste:

  1. O equilíbrio do carro era evidente.
  2. O adornamento foi muito reduzido, apesar de não ser o melhor para a pista (temos de dizer que para ficar melhor, ficava muito pior para uma condução em cidade diariamente).
  3. O facto de não ter turbo fazia com que todo o desempenho não tivesse o “lag” normal de entrada em cena. Portanto ao carregar no acelerador o carro respondia de uma forma linear e sem soluços.
  4. Dá-se melhor quando estamos em mais altos regimes, porque é daí que retiramos todo o poder dos seus 200CV. Portanto, aí convém ter a técnica para nunca o deixar baixar de um certo patamar.
  5. O seu controlo de direcção e segurança é soberbo. Em curva e acelerando de forma insana para ver se conseguia o deixar “envergonhado”, não deixava os créditos por mãos alheias e continuava incólume na pista e direccionado para a próxima curva. Soberbo!
  6. Os travões corresponderam, apesar dos pneus estarem a acusar a fadiga de dias intensos de várias voltas em pista.

Após estas primeiras impressões cabia-me agora ter melhor performance na segunda volta onde já tinha uma melhor noção das limitações. Portanto, mais descontraído, com mais vontade de explorar este carro, apenas me concentrei numa coisa: Divertir-me!

Foi o que eu fiz com todo o meu fervor. Dediquei-me a cada curva, cada passagem de caixa e acima de tudo em ouvir aquele barulho do motor boxer aspirado sem aquele assobio característico dos turbos. Era pura maquinaria em explosão.

De tão concentrado estava apenas em conduzir e em ouvir as indicações do meu piloto privado, que a segunda volta terminou num suspiro. Quando dei por mim estava já prestes a entrar pela última vez nas boxes.
E isso diz tudo.

Conclusões Sobre o Toyota GT 86

Este Toyota GT 86 é um desportivo sincero. Não pretende ser um super desportivo e não quer estar no mesmo segmento de corridas drag-race. A ideia geral deste carro é por 40.000€ (dos quais, o responsável é o Estado com a dupla tributação) poderes usufruir do prazer de condução de um verdadeiro desportivo com ótimas bases para evolução. Agora tudo depende das tuas necessidades e gostos/prioridades sobre o que pretendes de um carro desta gama. Para mim, enche-me as medidas para umas aventuras fora das estradas e para uma utilização diária também me parece uma boa opção. Necessitaria de fazer um test-drive no dia a dia para ter uma noção de como se comporta numa cidade e nas necessidades de deslocação entre reuniões, buscar a filha à escola, etc. para ver em que medida se torna demasiado para uma utilização diária ou se pelo contrário tem duas faces da mesma moeda para cada vertente e objetivo.

Honestamente, teria sido muito melhor que não estivesse tão castigado pelo estado onde lá fora se pode adquirir por 19.000€ (proposta imbatível de mercado), no entanto, no panorama nacional, não deixa de ser uma ótima opção para as tuas aspirações.

Tem o meu selo de aprovação para o seu segmento. Não é apenas o motor em si, é todo o package!
E qual é tua opinião?

Entretanto, deixo abaixo a galeria de imagens que tirei desse dia assim como alguns vídeos que separei para vermos comparações entre outros carros concorrentes.

Publicado por Rui Nunes

Adoro automóveis! A sério, sou capaz de passar horas a falar do que gosto ou não de um carro. No entanto, sou incapaz de discutir pormenores técnicos ou de estatísticas. Mas tenho muito claro o que me faz gostar ou não de um automóvel e é isso que quero partilhar aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *